ela bateu com o dedinho do pé na quina da cama e começou a
chorar como um bebê.
a dor foi embora. mas ela continuou chorando.
só que não adiantava querer se enganar (tudo bem que bater o
dedo assim dói, ah se dói), mas ela
sabia que não chorava mais de dor, pelo menos não por causa do dedo.
e ele ficou preocupado, nunca tinha visto ela chorando
daquele jeito. ela era tão forte que as vezes ele até se assustava com isso. ele
não sabia o que fazer para que ela cessasse as lágrimas.
e então ele percebeu que não podia fazer mais nada. ele percebeu
que ela estava procurando desculpas pra partir. ela chorava e ao mesmo tempo se
despedia com aquele choro sem fim. ia falando um adeus bem baixinho. esqueceu-se do dedo, da quina da cama,
esquece-se porque chorava, esquece-se porque estava ali.
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