31 de jan. de 2013

o gigante não me completa, 

pois sou feita de um montão de pontinhos coloridos de uma coleção de canetinhas que só crianças sabem onde encontrar. 

então, gosto que me pintem devagar.

e que parem de vez em quando para ver como estou ficando.


25 de jan. de 2013

o fim que a gente imagina

estava eu tomando um chopinho gelado e comemorando o fato de estar chovendo para molhar as plantinhas. a conversa era sobre a bolsa de valores. duas mulheres produzidas sentadas em uma mesa de bar conversando sobre bolsa de valores e comemorando o fato de estar chovendo. bom, sei que parece e, é, estranho.

eis que por um segundo qualquer eu desvio o olhar do chopp, do olhar e do sorriso da minha amiga e em um raio de 90cm do meu eixo gravitacional vejo um rosto familiar, o felizardo noivo de uma outra amiga, a mais top de todas as minhas amigas. ele não me vê. ao seu lado... opa! uma mulher que não era minha amiga top. ela usava um vestido que experimentei 3 vezes (TRÊS) na Animale  e não comprei porque o que teria que pagar por ele era o equivalente ao que gastaria para ficar uma semana no nordeste. ele segura na mão da moça, e com a outra, passa a mão nos cabelos lindos e loiros dela enquanto quase baba dentro do copo de cerveja. cacilda, BRUXAAA!

depois de sorrisos e aproximações, passados uns 10 minutos, ele me vê.

e eu, josiani do jeito que sou, não consigo tirar o olho. sou uma geleca mesmo né? uma carga de anos nas costas e ainda não consigo disfarçar quase nada.

ele acena e mostra um sorriso amarelo. imagino ele 5 minutos depois saindo correndo dali, passando pela minha mesa (porque no lugar que ele estava, não tinha outra alternativa) e dizendo: "bom te ver Josi, depois a gente se fala."

cara, e ainda dizem que eu não tenho boa imaginação.

instantes depois acontece o esperado.

quando imaginei a cena pensei: vou deixar ele ir.

mas espera aí. nós somos duas irmãs. calma lá! se o noivo dela não tem porque esconder por estar num bar com essa vá... que está usando o MEU vestido então que me apresente a ela.

eles saem da mesa e vem em direção a minha. semblantes sérios, como quem quer dizer: conversas de negócios. urghhh, e que ele não me venha com reunião de negócios bebendo cerveja a essa hora!

um beijo. um tchau. sou uma imprestável mesmo.

coitada da minha sister.

cheguei em casa desolada. comi compulsivamente um pote de sorvete.

e agora josé? ligar para ela? contar? ver se está tudo bem? ligar para o desgraçado? exigir uma explicação? ameaçar contar tudo (tudo o que, mesmo?) caso ele não termine com a bruxa do meu vestido? não me meter com o problema dos outros?

será  o benedito que como sempre. eu não sei o que fazer...

atirada no sofá com o telefone na mão. pensei em zen, no equilíbrio interior. pensei que precisava voltar para o yoga. então resolvi serenamente que ficaria de bico fechado, já que fofoca é uma coisa ruim, um veneno. em vez disso, vou ligar pra ela , e perguntar se está tudo bem (com sua brilhante intuição feminina, ela irá perceber) e me contará tudo. ela já sabe de tudo.

e como é doce o fim da história que a gente imagina.

20 de jan. de 2013