22 de dez. de 2011

dois mil e onze: O ano.

dois mil e onze em uma palavra: INTENSIDADE.

tiveram lágrimas? sim.
senti uma dor aguda? sim.
e foi daquelas que parece que não vai curar nunca? sim.
foi bom? não.

FOI ÓTIMO!

após o término de um relacionamento o que todos me diziam é que iria ser difícil.

e... foi.

início eufórico e a dor veio depois. mas ela veio, e me deixou mais forte.

vida nova: novos sonhos, novos sorrisos, novos amigos, novos olhares, novas cores.

foi uma perda. mas como é alegre a sensação de se recuparar de uma dor, a felicidade da superação. meu relacionamento acabou, mas acabou me ensinando muito também. muito mais que eu possa contar com palavras.

descobri tanto nesse ano. tantas coisas. tantos lugares. tantas pessoas. momentos que eu não sabia o quão me fariam sorrir.

há uns anos atrás, quando eu era bem mais novinha e ingênua do que continuo sendo agora, talvez eu sentisse medo. mas foi um dos poucos sentimentos que eu não senti. não tive medo em nenhum instante. nem da solidão. nem de que não fosse passar a dor. e muito menos das cicatrizes.

eu por mim mesma.
eu quero cair. e errar. e chorar. e levantar. e descobrir.

numas dessas noites, dançando e suando, veio um porre. outro porre. sensações que eu não me esqueço. foi libertador. minhas amigas diziam: você está vivendo sua adolescência tardia.

houve queixos no chão, sustos, momentos de lágrimas.
vieram e foram.
assim como tudo na vida. o que fica é que o gente quer, o que a gente aprende.

e agora, a vontade que tenho é gritar pro mundo...para as pessoas que sentem medo, que guardam sentimentos, que alimentam dúvidas, que estão cheias de curiosidades: VIDA a gente só tem uma e a única coisa que fica no seu caminho é VOCÊ. e tem que existir o momento de esquecer VOCÊ. o momento de se soltar. os pudores, os medos, os receios, as inseguranças...VOCÊ precisa viver, não há ninguém que possa viver por VOCÊ, e principalmente, não há ninguém que possa derrubar VOCÊ a não ser VOCÊ mesmo. eu sei, cada escolha, uma renúncia. mas há renúncias que abrem portas e portas que abrem emoções infinitas.
há tanto para descobrir, e tanta gente dormindo...

dois mil e onze foi um tsunami na minha vida, mas eu devo a ele um baita salto qualitativo do que eu era antes dele e do que eu me tornei ao fim:

-minhas dores na costas foram parar lá nas botas de judas. e coisa ruim não deixa saudade. que por lá fiquem.

-curiosidades eu resolvo em dois toques. pra que dificultar o simples?

-futebol é minha paixão. e paixão a gente não larga, lição anotada! foi um ano de muitos gols e hematomas.

-deixei reinar a Pollyana que existe em mim. jogo do contente voltou pro lugar de onde nunca deveria ter saído.

-perdi o fôlego como uma criança. tantas e tantas vezes.

-ganhei um presente daqueles que te faz chorar de felicidade. Eloisa: um novo amor pra minha vida.

-frequentei mais do que nunca bares. e tantos gostos novos de bebidas novas. e tantos risos de conversas bobas. tantos finais de tarde coloridos e de tão simples, encantadores. um bar, amigos e um chope gelado. quão pouco é preciso para ser feliz.

-revi amigos. investi em velhas amigos. fiz novos amigos. mais uma coisa que ficou pra sempre: não se afaste dos seus amigos por nada, nem ninguém. porque amizade é acima de tudo certeza. o que distingui de outros sentimentos. tem gente que sempre vai estar lá. casamentos terminam, mas amigos segurarão tua mão pra sempre.

-videogame foi paixão de criança. minhas metas profissionais nos afastaram. e tem duas coisas que pra mim é oito ou oitenta né: queijo e videogame. mas esse ano, de férias de estudos, VORTEI. amor meu, vorteiii e te lovu demais da conta.

-fui a Fortaleza com minha xuxu, foi mais que demóis. 

-chorei de rir de coisas idiotas. idiotice, sim, é vital para a felicidade.

-comprei um roller. o caminho é longo. mas o sucesso a de vir! hehehe

-comi muito, mas muito chocolate.

-rezei quase todos os dias. pedi menos, agradeci mais.

-sonhei muito com a vó Eva. tão feliz ela ter encontrado esse jeito de me dar um alô.

-alimentei meu diário, reli ele diversas vezes. aprendi com ele.

-tentei (na prática) superar traumas. já nem tô achando tão péssimo dirigir.

-fui a missa um montão de vezes.

-minha irmã não abandonou a engenharia, tive tanto medo disso. e, agora eu sei, muito mais que te empurrar quando for preciso, eu quero te ter por perto. só essa faculdade acabar, do meu lado é o teu lugar (opaa, sou muito poeta né, até rimou)

-cometi loucuras. quanta verdade já dizia Arnaldo Baptista: "mas louco é quem me diz que não é feliz".

-corri muito. correr é desafiar limites. existe algo mais gostoso que isso?

-fui pra cidade maravilhosa um montão de vezes. e lá irei sorrir novamente daqui a duas semanas #ansiosa.

-comecei a ter mais paciência comigo mesma: eu erro, nem tudo que faço pode ficar perfeito. e nem vai! e isso não pode me impedir de sorrir pelo resto todo.

- pela Odontologia o que eu sinto é amor, mesmo. 

-conquistei um emprego ótimo. vinte e três anos e profissionalmente muito bem resolvida. uebaa! :D

-tive a sorte de trabalhar com uma pessoa iluminada. coisa tão rara. meu trabalho é sinônimo de sorrisos, literalmente.

-eternizei em mim minha melhor verdade. "On ne voit bien qu'avec le coeur. L'essentiel est invisible pour les yeux."

-me esforcei pra corrigir erros e defeitos. alguns sem sucesso. sufoquei esse meu orgulho maior do mundo em inúmeros momentos.

-foram muitas as sextas sertaneja alegria no café de la musique. ganhei bolhas nos pés e perdi a voz em quase todas.

-descobri que meus cabelos podem me dar money (sim, agora eu saiu lucrando a cada corte, uhuuu)

-li muito. Martha Medeiros, Caio Fernando,  Khaled Hosseini, Umberto Eco, Arnaldo Jabor, Friedrich Nietzche, Clarisse Lispector...

-me reaproximei do meu caso de amor mais antigo: minha bff. desde a fraldas e os aniversários de mentirinha, os acampamentos dentro de casa e as roupinhas de barbie, e os tombos de bicicleta e as festinhas do colégio. a vida nos levou para caminhos diferentes, mas o amor ficou. e depois desse tempo todo separadas, a gente viu mesmo, que no fim, quando os planos caem por terra, quando os sonhos não dão certo, é a mão uma da outra que a gente tem. pra sempre é tão pouco diante do que a gente pode afimar sobre nós.

-tirei longas férias de estudos. mas eu tinha muito crédito pra isso né?! ano que vem se Deus quiser inicio a especialização. em pensar que ano passado quis por tantas vezes queimar os livros, hoje sinto é saudade.

-conheci a pessoa do riso mais fácil do mundo. xucrutinha inha inha.

- vi o nascer do sol depois de dançar mucho dez vezes mais que somando todos os outros anos da minha vida

-Olímpico Monumental é segunda casa. por lá estive com -2º ou com 40º. na boa ou na ruim: é um sentimento.

-conclui uma coisa obvia: eu realmente amo esportes. TODOS.

-joelhaços não são meu ponto forte. muay thai é força. #paixão.

-descobri que ninguém me conhece tão bem como o Caio Fernando de Abreu. ele simplesmente sabe de todos os pedacinhos que sou feita e sai contando de mim por aí.

-consegui ler Clarisse Lispector sem me deixar doer tanto por dentro.

-e nesse último mês de dois mil e onze, uma lâmpada se ascendeu acima da minha cabeça e eu descobri um segredo. e como é um segredo, eu não vou contar. :P

WELCOME dois mil e doze, vem que tem!


16 de dez. de 2011

"Eu queria que papai noel me desse um chinelo novo o que eu tenho o pai já pregou duas vezes e os pregos machucam."
Carolina, 9 anos.

peguei essa cartinha no correio ontem.

chorei.

16 de nov. de 2011

a verdade

se tem uma coisa que eu não entendo é porque essa velha historinha se repete: um integrante do casal termina o relacionamento e tenta fingir que não é por causa de outra pessoa. pra mim isso é "subestimação de capacidade mental". será que acham que dói menos para o companheiro pensar que vão se separar só porque não conseguem mais suportá-lo e então duas semanas depois ter a sorte de encontrar uma loira magra, sem celulite, tipo barbie. enquanto a ex passa noites em prantos rasgando lençóis toda vez que olha para aquele porta retrato vazio.

é como aquelas criaturas que concebem uma farsa em vez de falarem a verdade, nua e crua. quando a verdade é melhor que a mentira, coisa que a gente já nasce sabendo.

me lembro agora de um amiga desmarcando um encontro com um rolinho só porque estava com uma espinha na testa e todos as calças na costureira (problemas que mulheres sofrem na transição inverno-verão). foi pra faculdade com uma calça ridícula, estilo Restart, na esperança de na volta pegar uma das calças que ficaria pronta na costureira, mas a costureira passou mal e foi parar no hospital.

então ela mandou uma mensagem pro moço bonito, dizendo que sua prima vinha do interior visitá-la e iriam assistir o vídeo de casamento da sua irmã. e não é que ele sugeriu que elas vissem o vídeo juntas enquanto ele fazia o jantar. mas não existia vídeo e muito menos prima.

eles só tinham saído três ou quatro vezes. ele achou que ela estava querendo ver outro naquele dia e deu o fora. minha amiga passou a noite sozinha comendo chocolate, com a calça estilo Restart e uma espinha no meio da testa.

a verdade nem sempre é mais doce. mas é o melhor.

18 de out. de 2011

o melhor da vida, os amigos

sono. sono desses de dormir sentada. bueno, não reclamo porque é um ônus daqueles justos, depois é só aproveitar o horário de verão, delicioso por sinal. me agarro no fato de que semana que vem o organismo já se acostumou e não passarei o dia todo pensando em como eu amo minha cama.

almocei correndo (mais tempo para dormir). deitei na cadeira mais confortável do mundo (a de dentista :P) . sono, cadê você meu bem? enquanto ele foge fico eu a pensar nas pessoas...como elas vão e vem...

quanta gente conheci que se foi...por outros caminhos, escrever outras histórias...

desde o moço simpático do mercado (adorei que veio "mercado" e não "super"), que entendia o meu sorrisinho se escondendo atrás da mãe e dava o troco em balas até a professora preferida, aquela que sorria ao ensinar.

foram pessoas que passaram.

mas têm as que ficam. umas de mansinho, assim como quem não quer nada; outras fazendo nosso coração sair pela boca. essas, se pararmos pra pensar, são parte de quem somos.

e é tão delicioso o gosto das coisas que ficam. das que nos fazem tremer e ao mesmo tempo sorrir. das que adocicam. das que apertam e soltam, te deixam voar. das que transmitem verdade. um gosto de que será eterno, infinito.

mas e aquelas que foram e deixaram saudades...elas ficaram, ou por um dia ou pelos meus vinte e três anos, tem gente que simplesmente marca.

sinto saudades de tanta gente, umas que nunca mais vi, outras que vejo às vezes, e até daquelas que vejo quase todos os dias.

nesse final de semana que passou, revi amigos, colegas do colégio. pessoas que estiveram comigo por muitos anos. foi tão forte o rever, uma sensação dessas raras, capazes de nos emocionar com sinceridade.

e agora fico a pensar, em como esse ano está sendo extraordinário! nunca na minha vida conheci tanta gente nova, tanta gente que ficou, muitas que já conhecia mas que abracei mais forte. e isso agora me faz sentir uma alegria imensa. e mesmo que um dia elas se forem, de alguma forma vão ficar, seja através de lembranças ou de coisas que vivemos juntos...

Dona Mairicha, como foi intenso esse ano pra gente, nos aproximamos de uma maneira linda e sincera. sozinhas a gente não presta, mas juntas não prestamos mais ainda. agora já era, FF. live in my heart forever!

Dani: sabe aquela pessoa pra vida toda? é um amor desses que nada destrói, fraternal. 

Xucrute: Carlinha. nunca na minha vida alguém me fez rir tanto, é como se nossas cabeças insanas dividissem um manual de risadas. já disso e repito, quando o santo bate, bate.

Dra Pati. muito mais que sorte, foi um presente. trabalhar com pessoas que te façam sorrir e que te olhem com verdade, parece raro nos dias de hoje. fui muito mais que abençoada. muito bom te ter por perto todos os dias.

Gui. parceria do chai. quantas horas conversando. tenho a sensação de que já nos conhecemos desde sempre. ninguém me disse, mas sei que esse guri vale ouro. ps - confesso que já quis dar uns tapas, essa história das pessoas que a gente gosta sumirem do nada é chata.

Elis: minha tapichiriquinha. my best forever. de 1988 e pra sempre. ninguém me entende melhor. ninguém me conhece melhor. já me desculpei, mas peço de novo: desculpa por ter ficado longe tanto tempo! isso nunca mais irá se repetir. está sendo divino desse jeito, do jeito que era e por minha culpa deixou de ser por alguns anos... te amo muito mais do que se possa falar!!


Esponjinha. nunca imaginei que alguém fosse me fazer rir tanto com um beijo. queria agradecer por toda sinceridade com que me olha e pela paciência que teve em meus momentos ruins. dessas pessoas que você sente a km que são do bem. sou muito grata por Deus ter te colocado na minha vida. só não some, pessoaaa!! spongekisses for youu!!


Céiaaaa. me deu o melhor carnaval do mundo. :D :D :D linda demais da conta!

Aline. "tira a roupa" também eterniza. fevereiro e as boas lembranças. daqui a pouco tem de novo! :D

Fer: a chapéuzinho. louca louca louca. espero que eternize. estou adorando rir contigo.

Alice. que momento pra gente se conhecer não é garota?!! mas não adianta, têm pessoas que você conhece no momento mais especial e vão embora, outras que você encontra sem esperar e ficam. e que bom que me trouxe a Dani de carona, são pessoas lindas.

Robs e Tanise, presente da mairinha. garotas "super-demais" mesmoo.

Will (tá não vou falar teu apelido secreto, quero um presente depois). porque mesmo eu sendo meio homem, é essencial ter um amigO que te fale todas as verdades (mesmo as que você não quer ouvir). tá bem, além de muito útil, também te gosto mucho coração! :P


Dieguito presente do esponjinha. ele some do mapa, mas eu perdôo, porque tem toda paciência pra escutar meus desabafos por horas no bate papo do face e ser uma pessoa super do bem.

Gilberto. dizem que o que a gente vive no carnaval passa, que bom que ficou. e do melhor jeito, esse!

Chris. o carioca salvador da pátria. quantas mil horas de papos odontológicos e psicológicos. que pena que agora se transformou num cidadão trabalhador. me faz falta nossas conversas sagradas diárias.

Felipe e Jackson. os guris de mormacity. parceria 100%. (quer dizer agora não mais, já que tem gente que resolve ficar fazendo tcc sábado de noite).

Fabi. presente da fer minha amiga mara. consegue ser tão linda quanto a irmã.

Fer. me diverte vezes mil. amor mesmo. pra sempre e sempre e sempre. mesmo com toda essa distância conseguimos fortalecer ainda mais nossa amizade. uma das pessoas que mais admiro, dona de um coraçãozãooo

Josi. moça do nome bonito mais linda do mundo. be happy e corre da chuva. que perdure ainda por muitos carnavais neguinha!

Jujuba. essa minha ligação com crianças vem desde sempre. menino de ouro. tem gente que a gente sabe que é do bem. espero que não suma, venha pedir benção pra tia de vez enquando. foi bom te conhecer criançaaaaa!!

ka. amiga que mesmo sempre correndo vive dentro de mim. segurou meu braço no momento em que eu mais precisei. nunca me esquecerei. é amor mesmo.

Maricota. todo mundo tem que ter uma amiga loira e linda né. pois é, eu também tenho. que bom que a faculdade terminou, mas nossa amizade não. e se fortaleceu ainda mais esse ano.

Aline petter. a mãe dos filhos mais lindos do mundo e dona de mãos mágicas. pena que está tão difícil da gente se ver. pessoa muito querida.

Luciano. não adianta sem briga a vida não tem graça mesmo. e tem que ter alguém que não te ache gorda néeee!! espero mesmo que a gente não saia no tapa nunca, adoro nossas conversas mesmo quando elas caminham pra zona de guerra! :P

Mateuzito. sumiuuuuu do meu mundo, mas eu sei que volta. quem sabe em grande estilo, indo comigo pras europa. :D

Pati, Ange e Carlinha. da faculdade e pra sempre. que bom que a gente não se perdeu. amo vocês!

comecei pensando nas pessoas que se foram, mas me senti feliz falando das que vieram  (jogo do contente, rãa)

2011 já valeu muito por ter ficado mais perto de alguns de vocês ou conhecido outros. eternizei pessoas e momentos. e agora percebo, que o "para sempre" é feito a cada dia.



14 de out. de 2011

mais que amor!

no meio da releitura de um livro que havia lido há muito tempo tive um surpresa, encontrei uma cartinha de muito tempo atrás. posterguei a leitura do livro, para lê-la. uma carta de 2001, um baú de recordações e sonhos!

saudade...saudade de fofocar, de sonhar, de aprontar, de sorrir e chorar, de contar uma com a outra e a outra com uma, sempre e sempre! de contar com a pessoa que mais me entendeu no mundo...da pessoa que me compreendeu apenas pelo olhar...a gente se comunicava com o olhar...a gente sentia medo, dor, naúses, cólica, tudo juntas...

saudade do tempo que eu podia te olhar nos olhos, te abraçar e sentir o teu sorriso.

a vida nos trouxe a distância, essa coisa chata, que machuca as vezes. e aquele nosso plano de morarmos juntas, da casa de dois andares, eu em cima e ela embaixo... nossa, lembro tanto da gente planejando o futuro, o nome dos nossos filhos, onde íamos passar a lua de mel, como seria nosso príncipe encantado, que cor seria a nossa casa, nossa profissão... foi assim, tudo e sempre juntas... a gente riu, cantou, dançou, aprendeu, reaprendeu, ficamos pê da vida, ficamos felizes da vida e o melhor, principal, mais relevante e mais frequente: ficamos de boa,com um sorriso bobo e um pensamento macabro!

são as recordações, e não só os reencontros, que nos permitem ficar juntas.

minha tapixiriquinha, 2001: "E se um dia a distância nos separar, viveremos de lembranças e continuaremos fazendo de nós duas uma só pessoa". 

Te amo, e é tão bom saber que é pra sempre.

6 de out. de 2011

foi-se


no inicio procurei quando estava na minha cama deitada:
onde está minha ingenuidade,
aquela que me fazia, criança, acreditar em fada,
e em olhares que mostram verdade?

achei que estivesse dentro de algum armário:
onde está o amor puro, o sexo pleno, os amigos leais, meus chinelos?

e então resolvi voar, e sob a luz do sol e a pureza do mar, dei para cavoucar dentro de mim:
onde estão os meus delírios, tombos, medos e asteriscos?

procurei e de tanto procurar,
cansei.
mas eu volto, quero achar
minhas aventuras, minhâ infância, minha doçura
meus diários, minhas rasuras e meus desenhos coloridos
minha história de conversas e risos honestos
procurei, cansei e não achei...
que pena...era muita verdade.

3 de out. de 2011

opa, blitz.

cinco horas da madruga. duas viaturas da polícia militar. eu e duas amigas voltando de uma noite daquelas, com muito suor, risos e tombos. um dos policiais faz sinal para que eu pare o carro. outro diz para eu encostar ali devagar. faço cara de puta da vida porque somos só três mocinhas que sairam dançar. ok. respiro. estaciono o carro. procuro o botoãozinho, que parecia não estar no mesmo lugar, para que o vidro desça. dois policiais se aproximam. o vidro vai descendo devagar. abro e fecho os olhos. observo num deles um rosto bonito daqueles que eu nunca na vida tinha visto ao vivo antes. a história começa:
ele: Boa noite.
eu: Boa noite.
ele: A senhorita poderia ascender a luz interna do carro, por favor.

lembro que estou com um vestidinho daqueles que nunca fui a balada antes. tanto que no auge da minha super "independência visual", ainda havia perguntado para as gurias: mas não tá muito curto não?

eu: Claro. - e ascendo a luz.
ele, olha para mim, para o outro policial, sorri e volta a olhar pra mim: A senhorita poderia me mostrar sua habilitação e os documentos do carro, por favor.
eu, tensa pensando no bafômetro: Claro. Aqui.
ele, sorrindo meio desconcertado: A senhorita já teve problemas com a justiça, senhorita Josiani?
eu: Não, graças a Deus e a mim.
ele, sorrindo e ainda desconcertado: Vou verificar seus documentos e volto aqui para devolvê-los, senhorita.
eu: Ok.

passam-se alguns minutos e o policial bonito à beça volta sozinho com os meus documentos.
ele: Aqui, senhorita.
eu: Opa, obrigada!
ele, chegando mais perto da minha janela: Ah, senhorita, preciso elogiar o seu perfume. É muito bom. Fui e voltei com seu cheiro me acompanhando.
eu, quase infartando: Impossível, acabei de dançar, meu perfume já deve ter ido embora...Você está mentindo pra mim...
ele: Não estou não, ele está aqui comigo, seu cheiro vai ficar aqui... Você foi dançar o quê? Pagode?
eu, mentindo (e com aquela cara de pimenta que eu fico toda vez que isso acontece): Sim, pagode. É...pagode também.
ele: Eu gosto de dançar pagode.
eu, imaginando aquele homem fardado dançando pagode, olhei pra ele, pro volante, respirei fundo e não consegui falar nada: (...) s
ele: Que foi? Você desviou o olhar agora...
eu, tensa: É que...Você dança mesmo pagode?
ele: Sim, danço. Você não acredita?
eu: Não, é que você dança pagode e...
ele: E...? Pode falar, esquece que sou policial. Esquece essa farda e fala pra mim o que você tá pensando...

nesse momento, imaginem uma Josiani tensa! agora multipliquem pelos grãos de areia e somem às gotas do mar! o "esquece que sou policial" martelando e fazendo eco na minha cabeça...

queria mesmo era sair correndo dali, não que a beleza dele significasse alguma coisa pra mim, me chamou atenção e até me assustou (algo do além era aquilo!), foi isso e só. mas só de imaginar... eu que sempre fiz tudo certinho tendo o carro guinchado... a cabeça girava.

eu, tensa, tensa, tensa: É que... Veja, não estou dando em cima de você... mas é que você é muito bonito e eu fiquei imaginando você bonito desse jeito dançando pagode.(eu falei isso, como assim?!), mas... é só um elogio sincero.(ahh essa minha sinceridade ainda me quebra as pernas).

se ele soubesse que a chance daquela trova dar em alguma coisa era zero, e aquilo de eu ter dito que ele era bonito era só uma verdade dessas que tenho mania de deixar escapar, ele teria me liberado. quem sabe?

ele, com um sorriso imenso de lindo olhando para mim daquele jeito que eu nunca na vida tinha visto ao vivo um homem olhar para mim antes: Vou te parar sempre...- e vem chegando cada vez mais perto.
ligo o carro.
eu, nervosa com a beleza do policial: Preciso ir, você tá me deixando nervosa...
engato a ré, tremendo. ele se aproximando enquanto eu saia devagar. começa a me seguir com o olhar. eu vou saindo e deixando aquela blitz da sorte para trás.

as gurias me xingando de burra, etc e tal. como se elas não me conhecessem né? poderia vir o Brad Pitt de joelhos com rosas amarelas que eu sigo uma pedra (achando ele lindo até morrer, mas pedra)
julia: Eu aqui do lado fazendo figa pra ele olhar pra mim.
eu: Tudo que eu queria é que ele olhasse pra ti.

vou ficando mais nervosa cada vez que olho no retrovisor. engato a segunda e deixo aquele policial lindo de viver só me observando lá trás.

subo os milhões de degraus que me levam a minha cama refletindo sobre a quantidade de perfumes de mulheres que ele deveria voltar para casa. abro minha bolsa para conferir se naquela tensão toda ele tinha mesmo me devolvido todos os documentos. e, quando vou verificar a minha habilitação, adivinha o que encontro dentro do plástico junto dela...?


ahhhhhh... assim você me mata!!



1 de out. de 2011

C-U-R-A-D-A!

e de volta ao espaço onde a minha alma canta, dança e flutua sobre as sapatilhas da alegria

30 de set. de 2011

nossa infância está entranhada em nós, 
inevitavelmente ela tenta não sumir em cada passo que damos. 

ela é linda. 
ela sempre será linda
.
jamais deixei de ter doze anos.

isso é tão simples.

isso é tão bom.