25 de ago. de 2013

ela bateu com o dedinho do pé na quina da cama e começou a chorar como um bebê.
a dor foi embora. mas ela continuou chorando.
só que não adiantava querer se enganar (tudo bem que bater o dedo assim dói, ah se dói),  mas ela sabia que não chorava mais de dor, pelo menos não por causa do dedo.
e ele ficou preocupado, nunca tinha visto ela chorando daquele jeito. ela era tão forte que as vezes ele até se assustava com isso. ele não sabia o que fazer para que ela cessasse as lágrimas.

e então ele percebeu que não podia fazer mais nada. ele percebeu que ela estava procurando desculpas pra partir. ela chorava e ao mesmo tempo se despedia com aquele choro sem fim. ia falando um adeus bem  baixinho. esqueceu-se do dedo, da quina da cama, esquece-se porque chorava, esquece-se porque estava ali.

e então foi.

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